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Importância da sustentabilidade na indústria cosmética

Produtos veganos e sem crueldade animal são cada vez mais procurados; veja como a sustentabilidade afeta a indústria

O Brasil é o quarto maior mercado de beleza e bem-estar no mundo, segundo relatório do Euromonitor International com dados de 2018. A mesma empresa aponta que o mercado no país cresceu 4,7% em 2020. Portanto, o brasileiro é um povo vaidoso, mas isso não significa que ele não tenha noção do impacto dos seus hábitos de compra no planeta.

Nos últimos anos, o consumidor tem se tornado cada vez mais consciente sobre o que compra, o quanto compra e se determinado produto realmente vale a pena. Quando se trata do ramo da beleza, o interesse por dermocosméticos sustentáveis, produtos veganos e fórmulas clean só aumenta.   

Ter uma vida mais sustentável não significa abandonar os cosméticos. De fato, empresas preocupadas com sustentabilidade investem mais em fórmulas inteligentes, que se preocupam mais com o resultado em si do que com o sensorial. Entenda a relação entre sustentabilidade e indústria cosmética.

Mudança do consumidor

Há alguns anos, o consumidor de cosméticos tem se importado não apenas com o glamour, com a fragrância ou com o efeito na pele. O interesse por produtos veganos e sem crueldade animal cresce consideravelmente, logo a oferta no mercado aumentou de maneira considerável.

Em abril de 2021, o curta de animação Save Ralph, que conta a história de um coelho que “trabalha” como cobaia de laboratório, viralizou. Como consequência, até julho do mesmo ano, vinte empresas procuraram pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SBV) em busca do selo vegano.

Compromisso total

Surgido em 2013, o selo foi criado pela SBV como uma forma confiável de certificar quais produtos não envolvem origem animal. Para quem está mais envolvido com o veganismo, há um problema: a certificação é voltada para o produto em si, não para a empresa, a marca ou a indústria. Resumindo, ela pode até ter outros itens que envolvam matérias-primas ou trabalho animal, mas conseguir esse selo em um dos seus produtos.

Efeito nas indústrias

Em entrevista à agência Gear SEO, o dermatologista Luiz Romancini afirma que a mudança a um comportamento mais sustentável não deve ficar apenas nas empresas de beleza, mas em toda a indústria. Co-founder e CPO da Skelt e da Creamy, nativas digitais do ramo cosmético e de beleza, ele acredita que o público apoia empresas comprometidas com o meio ambiente, independentemente do segmento. 

“O consumidor hoje valoriza posicionamentos em políticas ambientais como uso de refis, embalagens recicláveis, logística reversa de embalagens e uso de matérias-primas recicláveis, biodegradáveis, reutilizáveis ou recicladas. Hoje damos prioridade a esse tipo de insumo”, explica.

Produtos “limpos”

Outro fator que tem chamado a atenção do consumidor é a criação de fórmulas mais limpas, sem parabenos, corantes, sulfatos, ftalatos e formol. É a chamada beleza limpa ou clean beauty, que se preocupa com a relação entre saúde do consumidor, meio ambiente e qualidade do produto. 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é bastante rigorosa em relação à composição dos produtos, principalmente cosméticos. Uma indústria só pode colocar determinada porcentagem de parabenos e ftalatos em cada tipo de produto. Porém, o movimento que prioriza a beleza limpa corta o máximo possível o uso de itens com essas substâncias para que elas não se acumulem no organismo.

Fórmulas inteligentes

Um mundo mais sustentável não significa menos tecnologia. Para isso, surgiram as “fórmulas inteligentes” — composições que prezam o resultado do cosmético, sem que haja desperdício de substâncias.

“A concentração dos ingredientes é estudada criteriosamente para que não se utilize a mais do que o necessário e nem a menos do que o preciso para ter efeito. Também a combinação entre os ingredientes deve ser estudada, pois há interação e sinergia entre ingredientes enquanto a associação com outros pode ser prejudicial”, explica Romancini. 

Outra característica marcante das fórmulas inteligentes é que elas não priorizam matérias-primas que tenham apenas apelo sensorial ou de fragrância. “Elas focam nos ativos que são importantes para conquistar o resultado desejado com a maior eficácia e segurança”, finaliza.

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